Vaza áudio de Queiroz: “Serei eternamente grato, entendeu?”
Em meio a pandemia de coronavírus, uma figura volta ao destaque nacional, mais sumido que pessoas em quarentena, Fabrício Queiroz. Em áudio Queiroz, agradece a um amigo, antes de uma cirurgia em março: “Valeu, valeu, meu irmãozão. Gratidão não prescreve, cara, não prescreve mesmo. Serei eternamente grato, entendeu?”. O amigo não está identificado no áudio.
247 – Laranja da família Bolsonaro, o ex-policial militar Fabrício Queiroz passou por uma cirurgia na próstata e, antes de ir ao hospital, agradeceu a um amigo, num áudio que pode ser alvo de investigação de autoridades. “Valeu, valeu, meu irmãozão. Obrigado por tudo aí, tá? Gratidão não prescreve, cara, não prescreve mesmo. O que você está fazendo pelas minhas filhas aí, cara, não tem preço. Serei eternamente grato, entendeu?”, diz. O teor do áudio foi publicado em Veja.
Queiroz esteve envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro que ocorria na Assembleia Legislativa do Rio quando o atual senador Flávio Bolsonaro era deputado estadual. Queiroz movimentou R$ 7 milhões em de 2014 a 2017, de acordo com relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
O relatório do Coaf também identificou que o ex-policial depositou R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o caso.
“Amanhã, estou me submetendo a essa cirurgia grande aí, anestesia geral, entendeu”, disse Queiroz. “Esse problema aqui em São Paulo está demais também, de coronavírus. Se Deus quiser, vou sair dessa aí, e todo o povo brasileiro também, né, irmão? A gente se vê. Assim que eu terminar a cirurgia, eu recuperar, eu ligo para você. Forte abraço”.
Queiroz também empregou a mãe e a ex-mulher do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega no gabinete de Flávio Bolsonaro. Morto numa operação policial em janeiro, na Bahia, Adriano era acusado de chefiar o Escritório do Crime, um grupo de extermínio que atuava para uma milícia. Na década passada, quando respondia por homicídio, foi defendido por Jair e Flávio Bolsonaro, que dispensaram a ele a alcunha de heroi.
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O Escritório do Crime é suspeito de envolvimento com o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL). Ela era ativista de direitos humanos e outros fatores reforçam a ligação do homicídio com o crime organizado: os criminosos efetuaram os disparos em um lugar sem câmeras e antes haviam perseguido o carro dela por cerca de três, quatro quilômetros.
Em março do ano passado foram presos dois suspeitos de serem os assassinos de Marielle: o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-militar Élcio Vieira de Queiroz. O primeiro é acusado de ter feito os disparos e o segundo de dirigir o carro que perseguiu a parlamentar. Lessa morava no mesmo condomínio de Bolsonaro e Élcio havia postado no Facebook uma foto ao lado do ocupante do Planalto, que aparece com o rosto cortado na imagem.
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