Delegado que investigava corrupção do MEC é exonerado do setor da PF que investiga políticos
28/06/2022
O governo Bolsonaro dando provas que não quer que ninguém investigue a corrupção em seu governo. Segundo PF, Bruno Calandrini pediu para deixar cargo antes da operação contra corrupção no Ministério da Educação. Embora mude de setor, ele seguirá com o inquérito do ex-ministro.
O delegado da Polícia Federal Bruno Calandrini, que prendeu o ex-Ministro da Educação, Milton Ribeiro, deixará o grupo que investiga políticos com foro privilegiado, conhecido como Cinq (Coordenação de Inquéritos). O delegado estava a frente das investigações de suposta corrupção e propinas no Ministério da Educação, envolvendo o ex-Ministro da Educação e pastores.
Segundo nota divulgada nesta terça-feira (28) pela PF, Calandrini vai a continuar à frente das investigações sobre suspeitas fraudes no MEC.
A PF informou que foi o próprio Calandrini quem pediu, ainda em maio, para deixar o cargo que ocupava na Coordenação de Inquérito nos Tribunais Superiores.
De acordo com o jornal O Globo, a saída foi autorizada com a condição de que ele continue à frente do inquérito. “Após tratativas iniciadas ainda no mês de maio do corrente ano, no dia 15/6/2022 houve a movimentação formal do DPF Calandrini para a DRCC/CGFAZ/DICOR/PF, onde irá coordenar a Unidade Especial de Investigação de Crimes Cibernéticos”, disse a PF, em nota.
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Áudios mostravam pastores ligados a Milton Ribeiro, pedindo propina para conseguir repasses do MEC á prefeituras. Milton Ribeiro liberava dinheiro do MEC, a pedido de Bolsonaro, por intermédio de dois pastores, Airlton Moura e Gilmar Santos.
Calandrini havia denunciado a colegas da PF, em mensagem interna, que sofreu interferência na execução da operação em que o ex-ministro foi preso.
A PF diz que a transferência ocorrerá em julho, e que ele permanecerá na presidência da Operação Acesso Pago, que investiga Milton Ribeiro.
— Renato Souza (@reporterenato) June 28, 2022