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Áudio explosivo diz que se viúva de miliciano morto, delatar Bolsonaro “ferra o cara”

24/08/2021

Um áudio explosivo de um suposto sócio do grupo criminoso Escritório do Crime, fala que se a ex-mulher do Capitão Adriano, miliciano morto na Bahia no início de 2020, delatar Bolsonaro “ferra o cara”, o áudio foi conseguido com exclusividade pelo jornal Brasil de Fato.

“Imagina se ela denuncia o Bolsonaro”, alerta Bernardo Bello, ex-presidente da Vila Isabel, em áudio obtido pelo Brasil de Fato.

Brasil de Fato – O ex-presidente da escola de samba Vila Isabel, Bernardo Bello Pimentel Barbosa, acusado de ser um dos sócios do Escritório do Crime, se reuniu com o empresário Eduardo Vinícius Giraldes Silva, para tentar evitar que fosse delatado por Julia Mello Lotufo, viúva do miliciano Adriano da Nóbrega e sua atual esposa. No encontro, Bello recomendou que não citasse algum membro da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Imagina se essa menina denuncia o Bolsonaro falando ‘olha só, o meu ex lá (Adriano da Nóbrega) estava todo dia com fulano de tal’. Ela vai foder com o cara. Ok, pode até foder. Mas vão acabar com a vida dela de verde, amarelo, azul e branco”, alerta Bello, sem especificar qual membro da família do presidente mantinha encontros diários com o miliciano.

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O diálogo faz parte do encontro que ocorreu dentro de um carro, em frente ao prédio onde mora Giraldes, na Barra da Tijuca. O Brasil de Fato teve acesso à gravação – de uma hora e 11 minutos – do encontro. A fonte que entregou o áudio à reportagem não quis informar a data da reunião. Trata-se de um fato, porém, que a conversa ocorreu após o dia 26 de abril e antes do dia 17 de agosto deste ano. Estavam dentro do veículo, além de Giraldes e Bello, Pablo Barra Teixeira, advogado do empresário.

Em outro trecho, Bello explica a Giraldes como Júlia Lotufo deveria organizar o seu depoimento. “Então, se ela chegar e falar ‘não, eu sei isso aqui…ah, não vou fazer isso aqui’, ela está fodida, porque nego vai agarrar ela até o inferno. Vão falar ‘o cara deitava na cama e te confidenciava’. Ela tem que chegar e falar ‘olha só, meu ex-marido era um louco, um lunático, um capitão do Bope totalmente maluco, que deitava na cama e a única coisa que ele fazia comigo, quando fazia, era me dar oi e tchau’.”

A tentativa de Bello foi em vão. Segundo a revista Veja e o portal R7, Lotufo apresentou, no dia 7 de julho deste ano, uma proposta de delação premiada ao Ministério Público do Rio de Janeiro. No documento, ela acusaria o ex-presidente da Vila Isabel de ser sócio de Adriano da Nóbrega no comando do Escritório do Crime, organização que abriga assassinos de aluguel e é acusada de ter executado a ex-vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), em março de 2018.

Na proposta de delação, de acordo com as publicações dos órgãos de imprensa, Lotufo confirma que houve a reunião dentro do carro, em frente ao prédio onde o casal mora. Imagens do sistema de segurança do condomínio mostram o encontro e foram anexadas ao processo.

Julia Lotufo é acusada de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e cumpre prisão domiciliar. A Polícia Civil mantém uma viatura na frente do prédio da viúva de Adriano da Nóbrega por 24 horas, para garantir sua segurança.

       

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