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Banco do Brasil e Consulado Brasileiro bancam jantar para Bolsonaro nos EUA

Folha de São Paulo

O Banco do Brasil (BB) e o consulado-geral do país em Nova York ajudaram a financiar a festa organizada em homenagem ao presidente Jair Bolsonaro pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, prevista para o dia 14.

O banco concordou em pagar US$ 12 mil (R$ 47,5 mil) para ter uma mesa com dez lugares no jantar de gala anual da entidade, cujo objetivo é arrecadar fundos para patrocinar interesses de empresas brasileiras e americanas nos Estados Unidos.



É a primeira vez que o BB participa do evento como patrocinador. Embora seja sócio da câmara de comércio, o Banco do Brasil não esteve entre os apoiadores do jantar nos últimos anos, quando outras pessoas foram homenageadas.

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O banco informou que apoia os eventos da câmara para “estreitar o seu relacionamento negocial com investidores institucionais e empresas” e disse que sua mesa no jantar de Bolsonaro será reservada para “clientes estratégicos”.




A Folha perguntou à assessoria de imprensa do BB se a decisão de patrocinar a homenagem ao presidente fora submetida à avaliação dele, mas o banco não respondeu.

Na semana passada, Bolsonaro mandou demitir o diretor de marketing do BB e suspender uma campanha publicitária que usava jovens, mulheres e negros para representar a diversidade da sociedade brasileira. “Essa não é a minha linha”, disse Bolsonaro a jornalistas, ao explicar o veto.

Bolsonaro e Olavo na embaixada brasileira

O consulado em Nova York, cuja função principal é prestar serviços a brasileiros que vivem nos EUA ou estão de passagem pela cidade, também não apareceu como patrocinador do jantar antes.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou ter pago US$ 10 mil (R$ 39,6 mil) por sua mesa e que contribuiu para o evento em outros anos. Segundo o Itamaraty, a “importante parceria” mantida com a câmara ajuda na “promoção dos interesses econômicos e comerciais brasileiros”.

Por causa da homenagem a Bolsonaro, que foi escolhido como Pessoa do Ano pela entidade, o jantar tornou-se objeto de grande controvérsia e criou para a câmara de comércio embaraços com empresas e a elite nova-iorquina.




O Museu Americano de História Natural desistiu de emprestar sua sede para o jantar após receber críticas da comunidade acadêmica. O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, do Partido Democrata, disse que Bolsonaro não era bem vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e destrutivo.

A companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times, que tinham topado apoiar a festa, recuaram no início desta semana. Ao explicar a decisão, a Bain disse à CNN que “celebrar a diversidade é um princípio essencial” da empresa.

 

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