Vaza Jato: Aloysio Nunes era o coordenador de propinas do PSDB em SP, disse delator da OAS
Jornal GGN – Em mais um capítulo da série Vaza Jato, divulgado neste sábado (21), Folha de S. Paulo em parceria com o Intercept Brasil revelam que Aloysio Nunes aparece como o “coordenador de pagamento de propina” do PSDB paulista na delação de Léo Pinheiro, da OAS.
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O ex-senador e ex-chanceler de Michel Temer pedia repasses de empresas em troca de liberação de dinheiro de obras tanto no governo de São Paulo quanto na prefeitura paulistana. Nunes recebia o dinheiro através de “indicados”, afirmou o delator.
Segundo a delação de Pinheiro, Nunes pedia recursos principalmente para ele e José Serra. Os anos teriam sido 2006 (quando Serra disputou o governo) e 2010 (quando Serra perdeu a Presidência, mas Nunes se elegeu senador).
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Um das obras delatadas era a da Ponte Estaiada e o túnel da Radial Leste, que a OAS iniciou ainda na gestão Marta Suplicy no Paço.
Segundo Pinheiro, Nunes o chamou reservadamente para pedir que a empreiteira adequasse a obra e pagasse vantagem indevida no valor de 5% do contrato.
Pinheiro diz ainda que o compromisso de pagar propina foi mantido quando Serra renunciou e Gilberto Kassab assumiu a prefeitura.
A minuta do acordo de delação foi compartilhada por procuradores de Curitiba em chats de Telegram.
Nesse acordo, Pinheiro ainda afirma que Nunes, em 2007, reuniu 5 empreiteiras e pediu propina ao PSDB no valor de R$ 5 milhões. Em contrapartida, as empresas teriam a liberação de R$ 180 milhões relativos à linha 4 do Metrô.
Procurado, Nunes afirmou que pedia doações oficiais às empresas, não caixa 2 em troca de obras do governo ou da prefeitura. Segundo ele, jamais existiu contrapartida para os valores arrecadados.
Léo Pinheiro deixou a prisão no dia 17 de setembro, depois que o Supremo Tribunal Federal homologou sua delação. Ele estava preso em Curitiba desde 2016.