“Bolsonaristas”de Portugal levam só 0,3% dos votos
Portugal é governado, desde novembro de 2015, pelo primeiro-ministro António Costa, do Partido Socialista (PS).
Em uma importante coalizão com o Partido Comunista Português (PCP) e o Bloco de Esquerda (BE), o país se livrou das políticas de austeridade impostas pelo Banco Central Europeu.
No início de 2015, 25% da população estava na pobreza.
Com os socialistas no comando, o salário mínimo subiu (de 505 euros para 600 ao mês), o desemprego despencou (de 16,2% em 2013 para 8,9% em 2018) e o país passou a crescer 2,7% ao ano – acima da média da União Europeia.
Segundo o primeiro-ministro, a fórmula é simples: “definimos uma alternativa à política de austeridade centrada em mais crescimento, mais e melhor emprego e mais igualdade”.
Ou seja: exatamente o contrário do que propõe o governo de Bolsonaro e Paulo Guedes no Brasil.
Neste domingo 6/X o povo português confirmou o apoio às políticas do PS: nas eleições parlamentares, o partido do primeiro-ministro António Costa obteve 36,6% dos votos – o que lhe garante 106 deputados em um congresso que possui 230 cadeiras.
O Partido Social Democrata (PSD), de centro, teve 27,9% dos votos e 77 deputados. O BE teve 9,7% e 19 deputados e a coalizão do PCP com os Verdes teve mais 6,7% e 12 cadeiras.
Dessa forma, a esquerda garantiu a maioria absoluta no parlamento.
António Costa afirmou na manhã de hoje 7/X que irá repetir a coalizão com o BE e o PCP: “o PS buscará renovar essa solução política”.
Para a direita, decepção: além dos 77 deputados do PSD, o Centro Democrático Social (CDS) conquistou apenas 5 assentos e a Iniciativa Liberal (IL) mais um deputado.
E a extrema-direita?
Pior ainda!
Em sua coluna no Globo, Bernardo Mello Franco mostra que o bolsonarismo não vingou em Portugal.
O partido populista “Chega” teve apenas 1,3% e elegeu um deputado.
Já outra agremiação de extrema-direita, o Partido Nacional Renovador (PNR) conquistou incríveis 0,3% dos votos – ou seja, nenhum deputado!
Mello Franco lembra que, em 2018, o PNR espalhou cartazes comemorando a vitória de Bolsonaro no Brasil: celebravam o “adeus à esquerda” e o fim do “marxismo cultural”.
Antes, nas eleições de 2015, o partido defendeu abertamente medidas como o fim da imigração e expulsão de refugiados.