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Homem forte de Pazuello na vacinação já foi denunciado por tentativa de desvio em campanha

07/01/2021

Mais um grande escândalo que se avizinha do governo Bolsonaro, de acordo com informações do Portal SportLight, o homem forte do Ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que foi designado para cuidar da campanha de vacinação na maior pandemia da história já enfrentada pelo Brasil, já foi denunciado por tentar desviar carro de uma…campanha de vacinação.




Publicado originalmente no site SportLight

POR LÚCIO DE CASTRO

Parece roteiro de série mas não é. Talvez nem o maior diretor tivesse imaginado algo assim: o homem designado para deslanchar a campanha de vacinação no Brasil na maior pandemia da história já foi denunciado por tentar desviar carro de uma…campanha de vacinação.

Airton Antônio Soligo, o Cascavel, é da mais absoluta confiança e relação umbilical com o general Eduardo Pazuello. Que por sua vez, é o cara da confiança e intimidade com Jair Bolsonaro, amigos de longa data.




Os laços fraternos entre Cascavel e Pazuello fizeram com que o primeiro se tornasse o braço-direito do ministro. Antes mesmo de ser nomeado. Circulava e dava ordens dentro da pasta sem cargo, assim como era o representante em reuniões com governadores e negociando contratos de altos valores. Nos bastidores, circula a informação de que ameaçava funcionários de demissão sem precisar ter tido o nome publicado no diário oficial.
 

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Até que o fato inusitado chamou a atenção de políticos. No início de junho, a bancada do PT, como mostra o “Diário do Congresso”, que registra diariamente a ata da casa, encaminhou o “requerimento de informação nº 713”, no qual, entre 7 questionamentos, diz existirem informações de que “o sr. Airton Soligo teria, inclusive, ramal telefônico nas dependências do Ministério da Saúde”, e pergunta: “onde ele está alocado? O Sr. Airton Soligo possui acesso aos sistemas do Ministério da Saúde, com login e senha? Se sim, de quais sistemas? De quem partiu a ordem de autorização de acesso a uma pessoa que não é servidor ou possui relação com o ministério?”. Questiona ainda se existe programa de voluntarismo para alguém que não é servidor dar expediente e desempenha função tão relevante, entre outras questões. Diante do iminente caso barulhento, Aírton Cascavel é finalmente nomeado.



 

Em 24 de junho, essa eminência-parda e grande mistério dentro do ministério finalmente foi nomeado e ganhou o cargo de “assessor especial”, com código DAS-102/5 publicado no diário oficial da união. Já de crachá, no dia 14 de dezembro, na negociação mais complicada até aqui, era ele o representante de Pazuello e Bolsonaro para reduzir arestas e falar sobre a compra da Coronavac junto ao governo de São Paulo.

A história que a história não contou, até aqui, por trás do personagem, ganha imensa relevância em momento tão crucial em que o Brasil vai chegando a 200 mil mortos pelo corona vírus e derrapa nas mais remotas tentativas de montar uma campanha de vacinação e sem sequer conseguir comprar seringas.



E é muito relevante e significativa sobre o Brasil atual para seguir no ostracismo em que se encontra uma história assim, até aqui injustamente esquecida nos anais do congresso nacional:

É assim: por ter sido deputado federal entre os anos de 1998 e 2002, Cascavel tem um pouco de sua história contada no “Diário do Congresso”. Está minuciosamente relatada em detalhes na edição 145, de uma terça-feira, 2 de outubro de 2001.

Cascavel foi denunciado por corrupção ativa

A sequência mostra que, na ocasião, o então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, pede ao presidente da câmara do período, Aécio Neves, para submeter ao plenário um pedido de licença permitindo que a corte superior examine a denúncia do Ministério Público Federal contra o deputado Airton Antônio Soligo, o Cascavel. A acusação: corrupção ativa.

No inquérito de número 1.067, O MPF-RR denuncia que, em julho de 1989, Cascavel, então prefeito de Mucajaí (RR), tentou subornar o delegado de agricultura em Roraima, Índio Busato do Nascimento, com o oferecimento de CZ$5.000,00 (cinco mil cruzeiros, a moeda naquele ano) pela liberação de uma caminhonete modelo D-10, cuja liberação em ato de corrupção seria camuflada sob a justificativa de “doação”.

 

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