Ex-juíza de Haia diz que há ”prova abundante” de crime de Bolsonaro
26/09/2021
A ex-juíza do Tribunal de Haia, Sylvia Steiner única brasileira a ter feito parte do Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmou que há elementos e provas suficientes para caracterizar e comprovar crime de Bolsonaro.
De acordo com a ex-juíza do Tribunal de Haia, Sylvia Steiner, em entrevista ao Estadão, há provas materiais suficientes contra Jair Bolsonaro. Ela ocupou o cargo de juíza no Tribunal Penal Internacional de 2003 a 2016.
Sylvia é uma das juristas que acompanha de perto a CPI da Pandemia e orienta parte de seus trabalhos.
O grupo enviou á CPI, um parecer/documento com todos crimes cometidos pelo presidente brasileiro até agora na pandemia.
De acordo com o documento, Bolsonaro cometeu inúmeros crimes de responsabilidade, crime de causar epidemia e crime de incitação ao desrespeito a medidas sanitárias.
O relatório final da CPI deve ser encaminhado ao TPI, mas segundo a magistrada que atuou em Haia, uma condenação de Bolsonaro lá dependeria de uma interpretação favorável em relação à causa por parte do novo procurador da corta, o britânico Karim Ahmad Khan, cujo perfil político ainda é uma incógnita.
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Bolsonaro já tem três denúncias no Tribunal Penal Internacional (TPI), agora no entanto, de acordo com a juíza há mais elementos probatórias contra Jair Bolsonaro.
“O que nós vimos com essa documentação é que houve realmente um projeto, uma política propositada de gerar aquilo que vulgarmente se chama de imunidade de rebanho. Sendo uma política, é um elemento de contexto de crime contra a humanidade. A grande diferença é que, depois dessa análise, percebe-se que não era simplesmente ignorância, incompetência e falta de conhecimento. Foi a implementação de uma política de que uma suposta infecção da população geraria um resultado positivo. Isso é uma política, um ataque. Não se usa uma população como cobaia de um teste; isso, em tese, é um crime contra a humanidade”, disse a juíza.
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