Flávio Bolsonaro fez homenagens a policial preso por extorsão
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) concedeu uma moção de louvor e congratulações ao policial civil Flávio Pacca quando era deputado estadual na Alerj; o policial civil foi preso na manhã desta quinta-feira (28) em operação do Ministério Público e da Corregedoria da corporação que mira agentes que realizavam extorsões contra comerciantes envolvidos em atividades criminosas; o filho do presidente Jair Bolsonaro justificou a homenagem lembrando uma operação policial na Rocinha, Zona Sul do Rio, em outubro de 2005, que matou o traficante conhecido como ‘Bem-Te-Vi’; ligações do clã Bolsonaro com o crime no Rio estão cada vez mais evidentes
247 – O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) concedeu uma moção de louvor e congratulações ao policial civil Flávio Pacca quando era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O policial civil foi preso na manhã desta quinta-feira (28) em operação do Ministério Público e da Corregedoria da corporação que mira agentes que realizavam extorsões contra comerciantes envolvidos em atividades criminosas.
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No dia 10 de novembro de 2005, o filho do presidente Jair Bolsonaro justificou a homenagem lembrando uma operação policial na Rocinha, Zona Sul do Rio, em outubro de 2005, que matou o traficante conhecido como ‘Bem-Te-Vi’.
“Este policial foi um dos responsáveis por ‘recuperar’ esse marginal, visto que a sociedade tem a certeza de que ele nunca mais estará apto a viciar o filho de ninguém, nem a levar o terror aos cidadãos fluminenses, prestando um relevante serviço social à população”, diz o documento assinado por Flávio e pelo então deputado estadual Coronel Rodrigues.
Por meio de sua assessoria, Flavio Bolsonaro disse que sempre atuou na defesa de agentes de segurança pública e que é “natural ter concedido centenas de homenagens por ações que mereceram reconhecimento”. “Não há como prever fatos posteriores às homenagens. Porém, aqueles que cometem erros devem responder por seus atos”, diz a nota.
A homenagem revela cada vez mais a ligação do clã Bolsonaro com o crime no Rio. Em janeiro, a polícia fluminense prendeu milicianos acusados de exploração imobiliária ilegal. Um deles está foragido: ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado pelo MP-RJ como o chefe o do chamado Escritório do Crime, braço armado do grupo, suspeito de envolvimento na morte de Marielle. A mãe do ex-policial trabalhou no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj. O próprio parlamentar fez homenagens ao ex-capitão.
Flávio Bolsonaro também havia justificado o assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta com 21 tiros, após uma emboscada em 2011, no município de Niterói.
“Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com q ela humilhava policiais nas sessões contribuiu p ter mts inimigos”, escreveu Flavio Bolsonaro na época pelo Twitter.
Investigações apontaram que a magistrada estava em uma lista de 12 pessoas marcadas pra morrer. De acordo com a Divisão de Homicídios, o crime teve um mentor, depois de serem feitas escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e apreensões nas casas dos três policiais militares acusados de homicídio de um jovem em São Gonçalo. A juíza decretou no mesmo dia a prisão dos PMs.