Fotos do cadáver de miliciano reforçam tese de queima de arquivo
Imagens inéditas divulgadas pela Revista Veja, mostram que o miliciano Adriano da Nóbrega pode ter sido alvo de uma queima de arquivo. A VEJA teve acesso a autópsia do miliciano ligado ao clã Bolsonaro e notou tiros a curta distância o que reforça a tese que ele pode ter sido morto como queima de arquivo.
Mais um elemento explosivo se cerca a morte do miliciano Adriano da Nóbrega, que era ligado ao clã Bolsonaro e tinha mãe e ex-esposa no gabinete de Flávio Bolsonaro. Fotos inéditas e obtidas com exclusividade pela Revista Veja, mostram fotos que podem provar que o miliciano Adriano da Nóbrega foi morto como queima de arquivo.
De acordo com reportagem, as imagens reforçam a tese de execução. São fotografias de diversos ângulos, feitas logo depois da autópsia. Um dos projéteis atingiu a região do pescoço. O outro perfurou o tórax.
A reportagem da VEJA diz: “As fotos obtidas pela reportagem sustentam parte dessa versão — mas apenas parte. Os disparos que mataram Adriano da Nóbrega foram feitos a curta distância. Além disso, as imagens revelam um ferimento na cabeça do ex-capitão, logo abaixo do queixo, queimaduras do lado esquerdo do peito e um corte na testa”, diz a revista.
Segundo a publicação, sofreu tortura antes de ser executado.
A avaliação é do médico legista Malthus Fonseca Galvão, professor da Universidade de Brasília (UnB) e ex-diretor do Instituto Médico Legal do Distrito Federal, consultado pela Veja sem conhecer a identidade do morto:
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Eis um trecho da reportagem:
O segundo ponto destacado pelo médico legista é uma marca que aparenta ser um tiro na região do pescoço. “Pode ter sido um disparo após a vítima ter caído no chão, porque a imagem me sugere ser de baixo para cima, da direita para a esquerda, em quase 45 graus. Esse disparo pode ser o que o povo chama de ‘confere’”, afirmou. Confere é o famoso tiro de misericórdia, efetuado quando não há a intenção de salvar a pessoa baleada. Galvão também destacou uma marca cilíndrica cravada no peito do corpo. “Tem muita chance de ser a boca de um cano longo após o disparo, quente, sendo encostada com bastante força por mais de uma vez. Nesse momento, ele estava vivo, com certeza, porque está vermelho em volta. É uma reação vital.”
Veja algumas fotos que já circulam da VEJA:
VEJA teve acesso a imagens feitas logo depois da autópsia de Adriano da Nóbrega, considerado peça-chave para o esclarecimento da expansão das milícias no Rio e do esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro. Leia a reportagem: https://t.co/iKkHNqe2ic pic.twitter.com/omBxaFlxcI
— VEJA (@VEJA) February 13, 2020
A @VEJA contratou dois peritos para avaliar as fotos do cadáver de Adriano da Nóbrega. Eles relatam que o miliciano levou dois tiros, ambos de curta distância. O primeiro no peito. O segundo na altura do pescoço, o que para os especialistas foi o “confere”, o tiro de misericórdia
— George Marques (@GeorgMarques) February 14, 2020