_21/04/2023

Governistas irão usar a CPI do 8 de janeiro para enquadrar o bolsonarismo, os limões usados para fazer uma limonada. Aproveitando o momento para convocar Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro e enquadrar financiadores dos atos do 8 de janeiro.

De acordo com avaliação de governistas, a proposta de abrir uma CPI do 8 de janeiro, incentivado pela Oposição, foi um grande erro político, que custará caro ao bolsonarismo. O governo pretende utilizar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para convocar bolsonaristas de grosso calibre, como Carlos Bolsonaro.

A estratégia é repetir o sucesso da CPI da Covid, que aprofundou as investigações sobre possíveis crimes e erros do governo Bolsonaro no enfrentamento à pandemia, resultando em desgaste para o governo, informa a Folha de S. Paulo.

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“Quando a gente foi contra a CPMI, foi por um entendimento muito claro de que o caso já estava sendo investigado e que não fazia sentido travar a agenda do Congresso para que os bolsonaristas inventassem narrativas. Já que vai ser instalada, vai ser uma oportunidade de fazer do limão uma limonada e responsabilizar inclusive os parlamentares bolsonaristas, que participaram, muitas vezes como mentores intelectuais”, afirma Guilherme Boulos (SP), líder do PSOL.

Governistas querem a participação da tropa de choque da CPI da Covid, como os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), além de deputados André Janones (Avante-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ) para enquadrar o bolsonarismo.

A prioridade do governo na CPI é quebrar sigilos, convocar empresários financiadores, além da cereja do bolo, o vereador Carlos Bolsonaro, que é apontado como a peça chave do esquema virtual de fake news e golpismo virtual do bolsonarismo.

“Acho que vai ser uma CPI que pode reconstruir uma frente democrática, vai isolar os bolsonaristas novamente. Vai trazer o assunto de volta. Não consigo ver como pode ser ruim para o governo Lula. Eu falava para eles que estavam falando que queriam a CPI só para criar uma narrativa com a turma deles. Agora chegou a CPI de verdade. Erraram muito”, diz o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

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