em Política

Hacker entrega Bolsonaro e plano para grampear Moraes

06/02/2023

Hacker que foi centro da Vaza Jato, Walter Delgatti, entrega o plano de Jair Bolsonaro (PL) que era grampear o Ministro Alexandre de Moraes, para poder dar um golpe. Conversa teria acontecido em setembro do ano passado.

O senador Marcos Do Val (Podemos-ES) recentemente revelou um plano golpista de Jair Bolsonaro (PL) que tinha como objetivo grampear o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, de acordo com a coluna Maquiavel da revista Veja, esse plano teria sido iniciado em setembro do ano passado e teria contado com a participação do hacker Walter Delgatti, conhecido por sua ligação com a Vaza Jato.

Essa revelação é alarmante e indica uma tentativa de interferência na justiça e na independência do poder judiciário. Bolsonaro queria colocar a risca um plano golpista, pensando já na provável derrota eleitoral.

O dia 10 de agosto foi marcado por um encontro importante entre o hacker Walter Delgatti e a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). Na época, Zambelli era uma das aliadas mais próximas de Jair Bolsonaro. O objetivo do entorno bolsonarista era cooptar Delgatti para ”expor vulnerabilidades nas urnas eletrônicas” e endossar a narrativa golpista de uma falha no sistema eleitoral brasileiro. Isso mostra a tentativa de interferir nas eleições, para manter Bolsonaro no poder, não importando o resultado.

Contudo em setembro, Zambelli teria chamado Delgatti para outra conversa, que dessa vez seria com o próprio Bolsonaro, por telefone. “Eu encontrei a outra (Zambelli) e ela levou um celular, abriu o celular novo, colocou um chip, aí ela cadastrou o chip e ele (Bolsonaro) telefonou no chip. Foi por chamada normal”, relatou Delgatti.

O ex-presidente Jair Bolsonaro teria convidado o hacker Walter Delgatti a assumir a autoria de um grampeamento contra o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com Delgatti, Bolsonaro lhe garantiu que a barra seria limpa e que sua missão era assumir a responsabilidade pelo grampeamento. Bolsonaro teria dito a Delgatti: “E depois disso você tem o céu”. Essas alegações são graves e indicam uma tentativa de interferir na justiça e no poder judiciário e interferir nas eleições.

A coluna acrescenta que “na suposta conversa com o hacker, Bolsonaro teria dito que já haviam conseguido interceptar mensagens internas trocadas entre Moraes e servidores da Justiça, nas quais o magistrado estaria discorrendo sobre supostas vulnerabilidades das urnas e uma preferência pelo candidato Lula. Esse ponto deveria ser explorado na imprensa para alegar a suspeição do ministro e tirá-lo da condução do processo eleitoral. O hacker topou de imediato a oferta e ficou de prontidão, aguardando novos contatos do núcleo duro do bolsonarismo para tratar do assunto”.

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