Marido de Glenn detalha renda da família e desafia Bolsonaro a fazer o mesmo
O deputado federal David Miranda (PSOL-RJ) respondeu nesta sexta-feira 13 às acusações de “movimentações atípicas” em sua conta feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e pelo Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) e vazadas para o Globo Overseas.
Miranda é casado com Glenn Greenwald, fundador e colunista do site Intercept, que publica desde junho reportagens sobre os escândalos da Operação Lava Jato.
“Isso é uma mentira. Esse processo começou dois dias depois que o Glenn e o The Intercept começaram a fazer o processo da Lava Jato. A movimentação que teve na minha conta foi de R$ 1,3 milhão. É uma renda compatível com a minha família, minha renda familiar junto eu e o Glenn… O Glenn, que tem quatro livros renomados na ‘The New York Times Best Sellers’, que produz filme, que dá discursos… E ele trabalha para o The Intercept, que é uma ONG”, disse Miranda em vídeo gravado para o programa Pânico, da Rádio Jovem Pan.
Ele também voltou a se colocar à disposição da imprensa para apresentar os salários de Greenwald:
“Qualquer jornalista que queira saber quanto que o Glenn ganha pode ver lá que está muito claro. A gente utiliza minha conta aqui no Brasil para pagar nossas despesas e foi exatamente isso que aconteceu nessa situação”, afirmou.
Na sequência, o deputado ainda fez um desafio a Jair Bolsonaro:
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“Queria aqui deixar em aberto e perguntar se a família Bolsonaro não faria o mesmo… Michelle Bolsonaro, Flavio Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e claro, óbvio, o Queiroz. Estou de peito aberto, não tenho medo de nenhum de vocês tentarem utilizar o aparato do Estado para intimidar as publicações da Lava Jato. Então isso vai continuar, nós vamos continuar firmes e fortes e sem medo dessa retaliação que vocês querem fazer contra mim. Contra minha família, como tentaram…”
Na quarta-feira 11, Greenwald já havia comentado as acusações, dizendo que essa é a “retaliação mais óbvia, mais patética, mais falsa até agora em resposta às nossas reportagens da Vaza Jato”.
O jornalista afirmou também que esses vazamentos tentam criar uma “equivalência com o caso de Flávio Bolsonaro e Queiroz, que, com certeza, são culpados, recebendo renda de seus empregados fantasmas”.
Mais uma vez: os princípios mais básicos do jornalismo, vazamentos ilegais, e corrupção dentro do Ministério Público: pic.twitter.com/TaT8hdSUu6
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) September 13, 2019