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Quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro pode ser o “grande tsunami” contra governo Bolsonaro

Pode ficar provado o crime conhecido como rachadinha, com dinheiro recolhido por Queiroz entre os funcionários do gabinete do então deputado estadual pelo Rio de Janeiro indo parar na conta do parlamentar. Se essa especulação se confirmar pelo exame das contas bancárias de ambos, o senador passaria a correr até mesmo o risco de perder seu mandato, informa o BR2pontos



Do BR2pontos – Com muitos ventos batendo sobre o governo, o mundo político de Brasília se pergunta qual deles irá agitar as ondas a ponto de criar o “tsunami” que o presidente Jair Bolsonaro avisou que vai se abater sobre o seu governo – ou família, talvez – na próxima semana.

Muitas apostas apontam para a quebra de sigilo do senador Flavio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz. O Ministério Público espera para os próximos dias a decisão favorável da Justiça sobre um pedido formal de investigação nas contas bancárias e nos telefonemas do filho do presidente com seu antigo chefiado. Pode ficar provado o crime conhecido como rachadinha, com dinheiro recolhido por Queiroz entre os funcionários do gabinete do então deputado estadual pelo Rio de Janeiro indo parar na conta do parlamentar. Se essa especulação se confirmar pelo exame das contas bancárias de ambos, o senador passaria a correr até mesmo o risco de perder seu mandato, num processo que pode ser tão longo quanto desgastante não apenas para ele, mas também para seu pai. Seria, sim, o que se poderia chamar de tsunami no clã Bolsonaro.




Sobre o centro do governo, as ondas gigantes que a tudo destróem poderiam vir de um rompimento de uma ou mais pilastras da ala militar do governo. Essa quebra de sustentação se daria com o pedido de demissão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo. Ele foi ofendido pelo ideólogo Olavo de Carvalho, obteve alguma compensação com o direito a fazer indicações no governo, como a do novo presidente da Apex, mas não foi devidamente defendido publicamente pelo governador.

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A perda de sustentação no esquema militar só irá se agravar caso outro ofendido por Olavo, o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e atual assessor do Gabinete de Segurança Institucional, resolver limpar suas gavetas e sair em protesto. Chamado de “doente preso a uma cadeira de rodas” por Olavo, igualmente Villas Bôas não teve a devida solidariedade presidencial.

                               Quebra de sigilo pode ser a grande bomba

As conversar de Bolsonaro com os militares foram fechadas e delas pouco se sabe até agora. Um general chegou declarar em ‘off’ que a cúpula militar não consegue entender o apego de Bolsonaro a Olavo, que o faz deixar seus generais sem o líder do maior líder.

Da ala civil, um problema alto potencial destrutivo está no Ministério da Justiça. O ex-juiz Sergio Moro chegou a se decidir pela saída do governo, mas voltou atrás. Ele foi caroneado no desastrado decreto das armas e está a ponto de perder a jurisdição sobre o Coaf, que faz questão de manter. A carta branca que ele mesmo disse ter recebido de Bolsonaro se mostrou cheia de rabiscos logo nos primeiros momentos do governo, quando Moro foi desautorizado publicamente a nomear como suplente do conselho de política penitenciária a cientista política Ilona Szabó. Foi humilhante.




Caso Moro resolva sair, Bolsonaro perderá um dos personagens mais populares e ainda respeitados de seu governo, ganhando de imediato um adversário para as presidenciais de 2022.

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