em Política

A polêmica do Coronel Siqueira: Carta Capital traz provas que ele continua vivo

30/11/2021

A nova polêmica sobre a conta de Twitter, chamada Coronel Siqueira, agita as bolhas de esquerda em todas redes sociais, o perfil satírico e humorístico contra a extrema-direita bolsonarista, ficou envolvido em uma polêmica de que o criador da conta havia morrido, informação que pode ter sido desmentida na Carta Capital

Se algo podemos aprender com a polêmica da conta de Twitter, Coronel Siqueira, é que o assunto virou trend topic e guerras de versões na web e entre usuários e jornalistas.

Afinal o dono e criador do perfil, morreu ou não ?

Nessa segunda-feira (29) as redes sociais, foram sacudidas por uma reportagem do Diário do Centro do Mundo, afirmando que o suposto criador da badalada conta de Twitter humorística, teria morrido.

 O Diário do Centro do Mundo (DCM) noticiou, numa matéria assinada pelo repórter Fabrício Rinaldi, a morte do advogado Sérgio Liotte, que seria o criador do personagem que faz sucesso nas redes.

Veja a matéria da Carta Capital:

Coronel Siqueira, Carta Capital – Isso era pra ser uma piada, uma festa entre amigos, não um justiçamento maluco sem nenhuma prova. Ontem fui eleito o inimigo da esquerda. Amanhã será outro.

Diante do burburinho sobre a suposta morte do criador do Coronel Siqueira, CartaCapital foi adiante e revelou, com base em uma relação com o personagem e informações sólidas, a verdade: o criador do personagem não morreu.

Seu criador não é parte de um grupo, e sim o único administrador da conta. Também não vive em Porto Alegre, ou no Brasil. Mora há anos na Europa. Tampouco atua nas hostes da burocracia política e da militância virtual: é músico. E seu rosto não é de um tio falecido, nem de uma pessoa real: não passa de um retrato gerado por um site com base inteligência artificial. Jamais alguém chamado Sergio Liotte enviou textos para revista.

O que se seguiu foi um festival de boatos, ilações, disse-me-disse e apostas cada vez ambiciosas na desinformação. Tudo acompanhado no Twitter com o ávido interesse. Diante da repercussão, o Coronel Siqueira resolveu explicar de próprio punho o caso.

I.

Olá, amigos.

Gostaria de contar-lhes a história do Coronel Siqueira. Pela primeira vez não do ponto de vista do Coronel, mas do autor.

Antes de tudo, sou apenas mais um brasileiro que sofreu e ainda sofre muito com o que está acontecendo em meu país. Desde 2013 estamos num processo de degradação total das instituições, degradação essa que foi coroada com a vitória de Bolsonaro para a presidência.

Poucos anos antes eu tinha me mudado para a Europa. Vivo em um dos países que mais sofreram quando o coronavírus apareceu no ano passado. Tive que amargar alguns meses de lockdown total. O Twitter e as lives eram a forma de me manter conectado ao meu país e ao meu povo, fazer amigos e me manter informado.

Impressionado pela loucura dos bolsominions e por tudo que estava acontecendo, um dia tive a ideia de criar um Twitter satírico. “Siqueira” foi o primeiro nome que me veio à cabeça. Para o nome de Twitter, escolhi “direitasiqueira”, uma homenagem ao “grande” Sérgio Camargo, cujo username é @sergiodireita1.

Revista Fórum revelou conversas do dono da conta com jornalista da Carta Capital

Usei uma conta que tinha criado em dezembro de 2019, ainda sem seguidores, e comecei a me comunicar com os outros bolsonaristas, mas com muito pouco efeito. Por fim, tive a ideia de colocar o “Coronel” antes do nome, já que eles sempre amaram tanto os militares. Funcionou. Cada absurdo que eu postava era replicado por todos eles.

Comecei a ganhar um monte de seguidores. Quanto mais surreal minha postagem, mais gente vinha. Começou a ficar divertido. O problema é que, ao mesmo tempo que eu comecei a agradar a direita, percebi que o pessoal da esquerda ficava revoltado. Eu defendia o indefensável ali: Monarquia Bolsonarista, um muro entre o Brasil e a Argentina, coroar Trump imperador, essas coisas. Resolvi escrachar e deixar claro que era uma sátira, uma hipérbole dos já hiperbólicos bolsominions. Minha intenção não era incomodar ou fazer a esquerda passar ainda mais raiva.

Foi um pouco mais de um ano de pura alegria e diversão. Fiz vários amigos e pude conversar com um monte de gente que eu admirava desde sempre. Jean Wyllys, Lola, Kléber Mendonça, Cynara, Léo Attuch e tantos outros… Fora a fauna dos outros malucos que estavam ali na mesma situação que eu, dentre os quais eu destaco os amigos Luiz Patriota e Josué Patriota, dois gênios desse humor surrealista que nasceu dos estranhos anos no qual vivemos. Fiz dezenas, centenas de amigos ali, na nossa luta diária para fazer com que o humor apaziguasse pelo menos um tiquinho toda a violência que vínhamos vivendo.

Desliguei a live na hora que a moça falou que a foto era de um tio. Ali vi que era realmente tudo uma farsa rocambolesca

Com o crescimento do Siqueira, não faltaram pedidos de entrevistas, lives e congêneres. Nunca aceitei. Nunca quis mostrar meu rosto ou minha identidade — exatamente porque eu nunca quis fama ou exposição. Quem tinha que aparecer era o Siqueira. Minha função ali era me divertir, e divertir quem entrasse na onda. Eu recebia tantas mensagens de pessoas falando “nossa, cara, você é a única coisa que salva meu dia”, era muito bonito. Não era algo de mão única: muitas vezes o Siqueira e seus amigos foram a única coisa boa do meu dia nesse combo Covid + Bolsonaro que o destino nos trouxe.

A única exceção que abri foi quando a Thaís, editora executiva da CartaCapital, me convidou para assinar uma coluna no site da revista, que fiz com muito gosto e orgulho. Obviamente, nunca cobrei nada nem assinei textos com meu nome real. A ideia, como sempre, era ser uma piada, uma fotografia desse momento louco que estamos vivendo. Se estávamos todos assustados pelo crescimento do fascismo no Brasil e no mundo, pelo menos que estivéssemos juntos. Ninguém solta a mão de ninguém.

Leia o restante da história na Carta Capital.

   

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