Bolsonaro é denunciado na ONU por comemorar o golpe de 64
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Vladmir Herzog querem denunciar o presidente Jair Bolsonaro na ONU por recomendar que os quartéis promovam uma “comemoração adequada” do golpe militar, ocorrido contra a democracia brasileira em 1964; num documento enviado aos relatores das Nações Unidas, as entidades alertam que existe uma “tentativa de modificar a narrativa do golpe de estado de 31 de março de 1964 no Brasil”
247 – A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Instituto Vladmir Herzog querem denunciar o presidente Jair Bolsonaro na ONU por recomendar que os quartéis promovam uma “comemoração adequada” do golpe militar, ocorrido contra a democracia brasileira em 1964. A informação é do jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL.
Num documento enviado aos relatores das Nações Unidas, as entidades alertam que existe uma “tentativa de modificar a narrativa do golpe de estado de 31 de março de 1964 no Brasil” e que isso ocorreria por meio de “instruções diretas do gabinete do presidente, desconsiderando as atrocidades cometidas”.
O jornalista ainda informa que a queixa enviada em caráter confidencial aponta para as recomendações de Bolsonaro, mas também para entrevistas em que ele nega o caráter ditatorial do regime. “Temos que saber a verdade, não houve ditadura”, disse o presidente.
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O texto enviado pela OAB ainda cita o fato de que a mesma mudança de narrativa foi adotada por outros membros do governo, como o chanceler Ernesto Araujo.
Tanto a OAB como o Instituto Herzog consideram que tais atos “cometidos no mais alto nível do estado são violações dos direitos humanos e do direito humanitário”. A carta ainda aponta que usar o cargo para defender e comemorar tais atrocidades constitui “uma violações dos tratados aos quais o Brasil passou a fazer parte depois de retornar à democracia”.
“A já frágil transição para a democracia no Brasil está sendo confrontada com uma outra ameaça importante por parte do esforço do Gabinete da Presidência por minar a gravidade das violações em massa perpetradas durante o regime militar”, alertam.
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