em Denúncias

Bolsonaro usa fake news e mentira para criticar plano de governo de Haddad

Candidato usou documento com teses internas de vertentes do partido para dizer que Haddad quer desmilitarizar polícias e revogar Lei da Anistia

Propostas do [plano de governo] PT, algumas apenas: desmilitarização das polícias, militares obviamente […] Outro item: revogação da Lei de Anistia.” – Jair Bolsonaro (PSL), em transmissão ao vivo no Facebook.




Em transmissão ao vivo em sua página do Facebook, no dia 2 de outubro, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) criticou algumas propostas que disse constarem no plano de governo do PT, como a desmilitarização das polícias e a revogação da Lei de Anistia. No vídeo, o candidato cita o documento Caderno de Teses – Resgatar o petismo no PT como se fosse o programa de Fernando Haddad (PT). Na verdade, trata-se de uma das sete teses apresentadas no 5º Congresso Nacional do PT, em 2015, pelas tendências que compõem o partido. Cada uma delas fez diferentes propostas para o país, mas essas ideias não representam a posição oficial da legenda. O Truco – projeto de checagem de fatos da Agência Pública – classificou a declaração como falsa.

A assessoria de imprensa do candidato não respondeu sobre a fonte usada. No documento Caderno de Teses – Resgatar o petismo no PT, a tendência chamada Diálogo e Ação Petista propôs a revogação da Lei da Anistia e a desmilitarização das polícias. Além dela, mais duas vertentes – a Direção Nacional da Articulação de Esquerda e a Chapa Militância Socialista – colocaram a desmilitarização das polícias como pauta a ser cumprida em seus próprios Cadernos de Teses. Essas e outras ideias foram apresentadas no Congresso. O partido votou cada resolução e o que foi aprovado entrou em um documento final.



O documento final do Congresso do PT em 2015 incorporou a pauta da desmilitarização e trata da responsabilização dos militares por crimes cometidos durante a ditadura, mas não fala de revogação da Lei da Anistia. Além disso, tal documento não tem qualquer relação com as propostas oficiais na campanha de 2018.

Continue lendo no A Publica

Receba nossas atualizações direto no Whatsapp

Os comentários estão desativados.