em Geopolítica

China pede aos EUA para manterem distância da crise na Venezuela

Valor Econômico

CARACAS – (Atualizada às 11h08) A China pediu aos Estados Unidos que se mantenham fora da crise política atual na Venezuela e disse que se opõe a qualquer intervenção estrangeira no país.

“Esperamos que a Venezuela e os Estados Unidos possam se respeitar e tratar um ao outro com igualdade, e lidar com suas relações baseadas na não interferência nos assuntos internos de cada um”, sustentou a porta-voz do ministério do Exterior chinês, Hua Chunying.

Hua acrescentou que todos os envolvidos no conflito devem buscar uma solução política para o caso por meio “do diálogo pacífico dentro da enquadramento da Constituição venezuelana”.

Na última década, a China destinou à Venezuela US$ 65 bilhões em empréstimos, recursos e investimentos. A Venezuela deve mais de US$ 20 bilhões.

Na quarta-feira, o oposicionista Juan Guaidó se autodeclarou presidente da Venezuela, desafiando o regime de Nicolás Maduro. Brasil, Estados Unidos, Argentina, Paraguai e Chile foram alguns dos países que deram apoio a Guaidó.

A Rússia, por sua vez, mostrou preocupação com a sugestão de possível intervenção militar na Venezuela e disse que Maduro é o líder legítimo. No início desta quinta-feira, o ministério do Exterior russo disse em nota que a crise venezuelana atingiu “um nível perigoso” e pediu que a comunidade internacional sirva de mediadora entre o governo e a oposição.Leia mais: UE defende início de processo para novas eleições na Venezuela

O Ministério de Relações Exteriores russo criticou os EUA por reconhecer a autodeclaração de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, um movimento que busca deslegitimar o regime de Nicolás Maduro.

Para a Rússia, os eventos na Venezuela estão caminhando para um ponto perigoso e o movimento de Guaidó pode levar à ilegalidade e ao derramamento de sangue.

Em dezembro passado, Maduro visitou o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, e o Kremlin tem demonstrado apoio ao regime chavista, tendo inclusive enviado aviões bombardeiros para exercícios militares na Venezuela no fim do ano passado.

O Irã, por sua vez, denunciou os eventos na Venezuela chamando de golpe a ação da oposição no país e tentativa de tomar o poder de forma ilegal.

A Síria condenou o apoio dos EUA a Guaidó, alegando que a ação constitui “violação das leis e normas internacionais”. O ministério do Exterior sírio se disse solidário com a liderança e com o povo da Venezuela “em preservar a soberania do país e frustrar os planos hostis da administração americana”.

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