Promotor que largou caso Queiroz, se reuniu com Flávio Bolsonaro para debater “combate a corrupção”
O promotor Claudio Calo, enfim, pediu pra sair.
Declarou-se impedido de tocar as investigações sobre o caso Flávio Bolsonaro/Queiroz.
O DCM publicou na segunda, dia 4, os tuítes de Calo repercutindo entrevistas do Zero 1, do pai, do irmão, de sites de extrema direita — além de seu “parecer” do caso Coaf.
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“Tecnicamente, o crime de lavagem de capitais é um crime parasitário, acessório, pressupõe uma infração penal antecedente. O fato de haver fracionamento de depósitos bancários e em dh [dinheiro] gera suspeitas, mas, por si, não é crime de lavagem, pois pode a origem do dh ser lícita”, afirmou, na primeira de uma série de postagens sobre o assunto.
O Ministério Público do RJ deu a nota com as razões de Claudio Calo para abrir mão do processo.
Ele escreve que “entende que tem o dever de declarar-se, de ofício, suspeito por razões de foro íntimo”.
Mais adiante, confessa que se reuniu com o senador eleito:
Tão logo o parlamentar, ora investigado, FLAVIO NANTES BOLSONARO, à época deputado estadual, foi eleito Senador da República, antes mesmo da diplomação, antes mesmo da posse e antes mesmo dos fatos ora investigados serem publicados pela mídia, precisamente no dia 30 de novembro de 2018, uma sexta-feira, por volta das 11:00 horas, amigos deste Promotor de Justiça, que estudaram Direito na mesma sala do referido parlamentar em uma Universidade privada no Rio de Janeiro, promoveram um encontro pessoal com o referido parlamentar, a fim de tratar exclusivamente de questões relacionadas com a Segurança Pública, precisamente com o combate à corrupção e o combate à lavagem de capitais, assim como projetos de leis relacionados com crimes contra Administração Pública e lavagem de capitais, tendo, inclusive, no referido encontro, o subscritor da presente sugerido ao referido parlamentar, dentre várias outras sugestões, o aumento das penas mínima dos crimes que causam lesão ao erário, assim como dificultar a progressão de regime de cumprimento de pena.
Neste encontro estiveram presentes este Promotor de Justiça, o referido parlamentar e dois amigos em comum que promoveram o contato pessoal com fins jurídicos, sendo que o contato, repise-se, ocorreu antes mesmo da divulgação pela mídia dos fatos ora investigados.
A história estourou no dia 6 de dezembro. Em janeiro, ele ainda endossaria uma das diatribes de Carlos Bolsonaro.