em Análise

The Economist chama Bolsonaro de mentiroso e denuncia tentativa de golpe

08/09/2022

Bolsonaro (PL) é apontado por uma das maiores revistas europeias de finanças, como alguém que não vai aceitar o resultado das urnas, que irá mentir sobre seu resultado e que tentará um golpe para se manter no poder.

A revista britânica The Economist, mostra a estratégia de Bolsonaro para essas eleições, para tentar deslegitimar o resultado das urnas e se manter no poder.

De acordo com a publicação, Bolsonaro (PL) vem usando a mesma estratégia do ex-presidente norte-americano, Donald Trump, tentando de toda maneira deslegitimar as eleições, as urnas e cantor o processo democrático que o levou ao poder em 2018.

"Ele parece estar lançando as bases retóricas para denunciar a fraude eleitoral e negar o veredicto dos eleitores", ressalta o semanário britânico.

“Uma razão para se preocupar é que Bolsonaro possa emprestar uma página da cartilha sem princípios de Trump, até porque ele já fez isso antes. Ele semeia a divisão: o outro lado não é apenas errado, mas mau. Ele descarta as críticas como ‘notícias falsas’. Seus instintos são tão autoritários quanto os de Trump: ele fica nostálgico sobre os dias do regime militar no Brasil. Um de seus filhos, que também é um de seus conselheiros mais próximos, aplaudiu abertamente os manifestantes do Capitólio. Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a aceitar que Biden havia vencido”, destaca a reportagem intitulada “The man who would be Trump” [O homem que queria ser Trump, em tradução livre].

A revista, ressalta que o melhor caminho seria Bolsonaro perder por larga margem de votos, para que o mesmo não possa alegar fraude, nem que ganhou as eleições.

Bolsonaro repetirá Trump em sua estratégia.

“Para realizar essa façanha improvável, ele aprendeu truques com outro forasteiro desbocado e amplamente subestimado. O mais importante deles foi o uso habilidoso e mentiroso das mídias sociais. Ele continua sendo o mestre incontestável do Brasil nisso e, assim, convenceu seus partidários de duas coisas. Primeiro, que se ele perder, é prova de que o voto foi injusto. Segundo, que uma vitória de seu principal adversário, Luiz Inácio Lula da Silva, entregaria o Brasil ao diabo”, ressalta um outro trecho da reportagem . 

“Isso não faz sentido. Lula é um esquerdista pragmático e foi um presidente bastante bem-sucedido entre 2003 e 2010. Impulsionado pelo boom das commodities, ele presidiu o aumento da renda e uma grande expansão do estado de bem-estar social”, diz o texto mais à frente. 

A reportagem observa ainda, que “o Exército está profundamente enraizado no governo e fez perguntas sobre o sistema de votação. O país está fervilhando de conversas sobre um possível golpe. Provavelmente não vai acontecer, mas algum tipo de insurreição pode. Bolsonaro incita rotineiramente a violência”.

“Os seguidores de Bolsonaro estão mais bem armados do que nunca: desde que ele tomou escritório e brechas ampliadas no controle de armas, o número de armas em mãos privadas dobrou para 2 milhões. Se o tribunal eleitoral do Brasil anunciar que Lula venceu, bolsonaristas armados podem atacar o tribunal”, analisa o semanário britânico. 

       

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