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Vídeo mostra eleitores de Bolsonaro expulsando jovens homossexuais em condomínio no Pará

Diario do Pará

Apesar de se falar tanto sobre a homofobia, diversos casos de agressões verbais e físicas são registrados diariamente em todo o país. Esse ato pode acontecer através de uma ‘brincadeira’ de mau gosto, repulsa, isolamento, agressão psicológica, física e, em alguns casos, até mesmo assassinato. No último sábado (06), três rapazes foram vítimas de homofobia praticada por um grupo de moradores de um condomínio localizado em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém.




A situação veio à tona a partir da postagem do estudante de moda Mauro Albuquerque, que sofreu as agressões juntamente com o namorado Breno Sá e o melhor amigo Vinícius Mesquita. De acordo com o estudante de moda, tudo começou a partir de um desentendimento entre o morador do apartamento em que os rapazes tinham ido visitar algumas amigas, com o morador de outro apartamento.

A vítima ao lado do amigo que também foi agredido (à esquerda)

Mauro afirmou que ele, o namorado e o amigo estavam na sacada, quando perceberam uma movimentação estranha no estacionamento do residencial. Ao ver a situação, eles decidiram ir embora do local e quando saíram do elevador, já encontraram várias pessoas esperando por eles.



Em um vídeo publicado pelo estudante, é possível ver um grupo com aproximadamente 15 pessoas, supostamente moradoras do residencial, cercando os três e gritando palavras ofensivas e homofóbicas como “vão embora calados porque vocês são viados”, “bicha não presta”, “isso não é coisa de família”, além de baterem palmas e citarem várias vezes o nome do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) e gritarem “Amanhã é pra votar 17!”.




Além das frases preconceituosas, o amigo de Mauro recebeu um soco em suas costas, enquanto que o namorado do jovem foi empurrado e mais um tapa. Apesar das agressões sofridas, os rapazes optaram por não revidar às ofensas e saíram do local com a ajuda de alguns moradores que presenciaram o ocorrido.

“Eu, particularmente, já passei por isso antes. Porém, não nessa dimensão. Mas ver o meu namorado e o meu amigo de infância passando por isso juntos, foi uma grande humilhação. Eles expulsaram a gente por motivo de homofobia. Falaram frases horríveis e diziam o nome do Bolsonaro. Não tem coisa pior do que a gente se sentir ameaçado. Eu senti vontade de revidar verbalmente e fisicamente, mas eu sabia que seria muito pior para nós três. Nós estamos bem fisicamente, mas abalados psicologicamente. O medo está tomando conta da gente” afirmou Mauro Albuquerque. “Me senti muito humilhado. Nunca passei humilhação tão grande”, completou.

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