em Análise, Política

Como combater a extrema-direita na política e culturalmente

Editorial, 30/09/2024

O mundo atualmente sofre com o crescimento da extrema-direita, em resposta a crise sistêmica do próprio capitalismo e suas estruturas, da falta de resposta do estado ao apelo mínimo das pessoas, da falta de direitos, da precarização do trabalho causada pelo próprio sistema. Estamos diante de uma encruzilhada político social, como enfrentar esse novo fenômeno político que cresce com o algoritmo das redes sociais e com o senso comum.

Como podemos fazer frente ao fenômeno político da extrema direita que cresce nos vácuos de poder, na insatisfação popular, no campo cultural e nas ondas políticas que varrem da Europa á América Latina?

Os tempos não são os mesmos, os adversários não são como antes, o mundo mudou, mas o que podemos fazer para nos contrapor a esse fenômeno dentro da nossa realidade brasileira. O mercado vendo que a direita tradicional já não cativa como antes setores da sociedade e vendo esses mesmos migrarem para a extrema-direita segue essas tendências, ou pior, financia esse tipo de ideologia na nossa sociedade.

É NECESSÁRIO DISPUTAR AS CONSCIÊNCIAS E REGULAR REDES SOCIAIS

Milei e Musk, o encontro da extrema-direita, um presidente da Argentina, outro dono do X, que tentou burlar as leis do Brasil.

Com o fenômeno das redes sociais, internet em dispositivos móveis, entre outras novas realidades, cresce a dispersão e segmentação de conteúdo, além de criação de novos atores políticos, os chamados ”Influencers”. Os mesmos criam conteúdos para monetizar seus ganhos nas redes sociais, ofertando por vezes, conteúdos rasos, sem profundidade, sem comprovação em termos de checagem de notícias em muitos pontos, sem o rigor acadêmico e apuração jornalística que geralmente um jornal tem a missão de ofertar ás pessoas.

O algoritmo de redes sociais por vezes, também favorecem a proliferação de conteúdos alarmistas, de propaganda da extrema-direita, como promover conteúdo pró-Bolsonaro em vésperas das eleições de 2022.

O próprio dono do X, Elon Musk, que foi bloqueado no Brasil, se empenha e se engaja em disseminação de conteúdos de extrema-direita, pró-Trump e que disseminam fake news.

Trump prometeu até cargo para Elon Musk em caso de um retorno a presidência dos EUA.

Por isso faz-se necessário a regulação das redes sociais no Brasil, legislação que puna determinados comportamentos que possam influenciar nossa política interna, a partir da manipulação de algoritmos e por não seguir nossa legislação nacional, como foi o caso do X.

É necessário acompanhar e apoiar medidas como regulação de redes sociais, para impedir o uso nocivo dos algoritmos e das novas formas de fazer política com base em fake news e Inteligência Artificial
, antes que seja tarde demais.

Mobilização, agitação e propaganda dessas pautas.

Além disso, é preciso pensar que no tempo da instantaneidade, as pessoas querem e precisam de informações rápidas, concisas, até de certa maneira RESUMIDAS e diretas ao ponto. O que isso quer dizer? Longos textos acadêmicos produzidos pelos intelectuais de esquerda, só chegarão ás massas, se essa linguagem for adaptada, simplificada e transformada de uma maneira que seja ouvida, a dialogar com as necessidades da população.

Aí está a missão de alguns produtores de conteúdo dentro da esquerda brasileira em sintetizar o pensamento da academia, de maneira simples e objetiva, para promover o confronto ideológico e cultural contra a extrema-direita, de maneira qualificada. Além disso, é preciso produção cultural, produção esportiva e de lazer para atrair extratos da sociedade e manter contatos com eles.

ATENÇÃO COM ATIVIDADE ESTRANGEIRA HOSTIL

Erase Gaza': How genocidal rhetoric is normalised in Israel

O estado colonialista, racista e sionista de Israel fez intensa campanha contra nossa política interna, o atual governo, por críticas corretas do governo Lula ao genocídio que Israel perpetra em Gaza.

Israel tem seus braços no Brasil entre jornalistas como na Globo News e entre suas ongs como a Stand With Us, que influenciam setores da imprensa brasileira a não dar a real dimensão que o estado sionista está fazendo no Oriente Médio, com milhares de crianças mortas.

É preciso estar atento para a movimentação de seus atores políticos no Brasil, impedindo que os mesmos ganhem mais influência política e possam influenciar nossa política interna em apoios como a Bolsonaro , que se alinha bem aos interesses do estado sionista assassino.

E COMO ISSO PODE SER FEITO?

Através da denúncia dos interesses que envolvem determinados indivíduos e organizações e que estado estrangeiro está por trás dessa rede. Além do interesse de determinados milionários ou bilionários que também estão por trás desses interesses.

ORGANIZAÇÃO COLETIVA É NECESSÁRIA

Thousands continue to march in support of Gaza in multiple cities worldwide  | Israel-Palestine conflict News | Al Jazeera


É importante que a luta política não é apenas individual e sim coletiva e social.

Por isso é necessário que você que se anima, que se indigna contra injustiças e com a atuação da extrema-direita, se organize em movimentos sociais, partidos políticos ou mesmo coletividade digital.

Mentes juntas pensam melhor que apenas uma.

Acadêmicos, estudantes, trabalhadores, homens, mulheres, jovens, esportistas. Um movimento social, cultural, estudantil forte é capaz de promover mudanças na sociedade, seja através de leis, projetos de lei, mudanças comportamentais de época.

A indignação catalisada e bem direcionada e organizada politicamente a nível coletivo, pode promover mudanças.

Se você estuda, trabalha ou está em algum ambiente social, procure movimentos, dispute movimentos e consciências contra o senso comum e as soluções fáceis da extrema-direita.

CORTES, IA, VIDEOS

Em áudio, funcionário de Marçal revela uso de intermediário para pagar  prêmios por cortes; ouça | Aos Fatos

Vídeos, sim os vídeos ou podcasts são tendências irreversíveis.

Entre a leitura e a temática de vídeos, as pessoas tendem a preferir escutar, ouvir e ver algo.

Candidatos que vinham utilizando isso como Pablo Marçal, saíram do mais absoluto ostracismo político, para um candidato que periga ir para o segundo turno nas eleições municipais de São Paulo. Apesar da estratégia raivosa ter lhe rendido uma alta rejeição.

Contudo, a tendência, vem se consolidando e negar o poder dos Cortes, podcasts, produção de conteúdo em vídeo, é perder um espaço importantíssimo.

Alguns temas que devem ser explorados simbolicamente são o tema da economia, dos direitos trabalhistas, da moradia popular como direito universal e vários outros temas que a esquerda defende e que são consenso entre a sociedade brasileira.

Além de mostrar o programa de arrocho, de destruição de direitos da extrema-direita que impacta diretamente nos segmentos da classe média, pobres, que são a maioria esmagadora da população brasileira.

A mobilização deve ser constante e não se restringir a períodos eleitorais.

COMBATER OS PILARES DO DISCURSO DA EXTREMA-DIREITA

Um dos pilares do discurso da extrema-direita é o discurso de ”combate a corrupção”.

Que foi um dos pilares do discurso da Lava Jato, a mesma operação que serviu para criminalizar o PT e levar Bolsonaro ao poder, levando também seu maior expoente, o ex-juiz Sérgio Moro ao governo Bolsonaro.

Denotando a parcialidade e partidarismo desses setores do Judiciário brasileiro.

É importante falar da farra dos banqueiros, da farra dos juros, de temas que não são abordados pela imprensa. Onde vai o seu dinheiro? Em bilhões em pagamentos de juros para banqueiros, que não produzem nada.

É preciso tocar na ferida dos donos do poder, na ferida econômica.

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