Parlamentares europeus pedem suspensão de negociações com Mercosul por “propósitos” de Bolsonaro
Revista Fórum
“As declarações do Senhor Bolsonaro sobre questões ambientais, em particular relacionadas à luz verde que ele planeja dar à destruição da floresta Amazônica e sua população indígena, e sobre o direito de divergência que será preso ou forçado ao exílio, aparenta, para nós estar em total contradição com os valores europeus, com o quadro das Nações Unidas para os Direitos Humanos, e com o Acordo de Paris para combater as mudanças climáticas”, diz o documento
Deputados do Parlamento da União Europeia enviaram carta ao presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, pedindo a suspensão das negociações comerciais com Mercosul em razão das “declarações” e “propósitos” que estão sendo colocados em prática pelo presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro (PSL).
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“As declarações do Senhor Bolsonaro sobre questões ambientais, em particular relacionadas à luz verde que ele planeja dar à destruição da floresta Amazônica e sua população indígena, e sobre o direito de divergência que será preso ou forçado ao exílio, aparenta, para nós estar em total contradição com os valores europeus, com o quadro das Nações Unidas para os Direitos Humanos, e com o Acordo de Paris para combater as mudanças climáticas”, diz o documento, assinado por 8 deputados.
“As primeiras nomeações anunciadas pelo Senhor Bolsonaro mostram que ele está planejando, efetivamente, colocar esses propósitos em prática”, afirma a carta, que diz que o “candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro” foi eleito ” depois de processo altamente questionável do acelerado impeachment da Senhora Roussef e proibição do candidato mais popular de participar das eleições, Senhor Lula da Silva”.
Segundo os parlamentares, a continuação das negociações com o Brasil seriam “extremamente negativas”, que poderia enviar uma mensagem ao público de que a União Europeia “não se importa com elementos fundamentais da democracia”.
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Assim, solicitamos que as negociações Mercosul-UE sejam suspensas imediatamente até que a Comissão possa estar segura de que o Brasil atende suas obrigações democráticas e obrigações ambientais internacionais.
Leia a íntegra da carta.
Parlamento Europeu
Bruxelas, 15 de novembro de 2018
Senhor Jean-Claude Juncker
Presidente da Comissão Europeia
Senhora Federica Mogherini
Alta representante da UE para Assuntos Internacionais e de Segurança / Vice-Presidente da Comissão Europeia
Senhora Cecilia Malström
Membro da Comissão de Comércio Internacional da UE
As recentes eleições no Brasil, depois de processo altamente questionável do acelerado impeachment da Senhora Roussef e proibição do candidato mais popular de participar das eleições, Senhor Lula da Silva, tiveram como resultado da eleição o candidato da extrema direita Jair Bolsonaro.
As declarações do Senhor Bolsonaro sobre questões ambientais, em particular relacionadas à luz verde que ele planeja dar à destruição da floresta Amazônica e sua população indígena, e sobre o direito de divergência que será preso ou forçado ao exílio, aparenta, para nós estar em total contradição com os valores europeus, com o quadro das Nações Unidas para os Direitos Humanos, e com o Acordo de Paris para combater as mudanças climáticas.
Isso, sem falar no revisionismo do Senhor Bolsonaro sobre o período da ditadura militar e o convite à população para se armar, e a impunidade que planeja dar aqueles que violarem os direitos humanos, por exemplo, aqueles que mataram Mariele Franco.
As primeiras nomeações anunciadas pelo Senhor Bolsonaro mostram que ele está planejando, efetivamente, colocar esses propósitos em prática.
Nesse contexto, a eventual continuação da negociação Mercosul-UE nos parece extremamente negativa, visto que isso enviaria uma mensagem ao público de que a UE não se importa com as reorientações dessas políticas do principal membro do Mercosul, não se importa com as mudanças climáticas e ambientais, e não se importa com elementos fundamentais da democracia.
Assim, solicitamos que as negociações Mercosul-UE sejam suspensas imediatamente até que a Comissão possa estar segura de que o Brasil atende suas obrigações democráticas e obrigações ambientais internacionais.
Com nossos cumprimentos,
Helmut Scholz, Membro do INTA Comitê e Coordenador para o GUE/NGL
Xabier Benito Ziluaga, Vice-Presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Mercosul
Anne-Marie Mineur, Membro do Comitê INTA
Stelios Kouloglou, Membro da Delegação INTA-AFET do P20 em Buenos Aires
Lola Sanchez Caldentey, Membro do Comitê INTA
Eleonora Forenza, Membro do Comitê INTA
Emmanuel Maurei, Membro do Comitê INTA
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