Médico da USP diz que se pessoas seguissem Bolsonaro “morreriam nas calçadas”
Um médico da USP, desferiu duras críticas a maneira que Bolsonaro vem conduzindo a crise do coronavírus. “Há pessoas no governo que flertam com as trevas, com a morte, com o que há de ruim”, diz médico da USP
O professor titular de medicina da USP, Miguel Srougi avalia que Bolsonaro tem postura absolutamente incorreta em relação a crise do coronavírus. Miguel é um dos principais médicos de renome no Brasil e titular da Faculdade de de Medicina da USP (FMUSP).
Em entrevista ao UOL, o urologista diz que o número de casos de coronavírus só não disparou mais devido a ação dos governadores e prefeitos e afirmou que para Bolsonaro, não importa se vão morrer mais ou menos pessoas.
“tecnicamente, o que está sendo feito no Brasil é correto graças a governadores e a um ministro competente. Já a postura do presidente é absolutamente incorreta. Ele se sensibilizou com o apelo de grandes empresas de que não podiam parar e menosprezou vidas. Para ele, não faz diferença se vão morrer mais ou menos pessoas”.
“Existe uma disfunção política em um momento muito difícil para o Brasil e para o mundo na área de saúde. A simples ideia [de Bolsonaro] de não agir, sem isolamento social para impedir aglomerações de pessoas, pode ser preponderante para sabermos se vamos ter mil ou 10 mil mortes”, afirmou o professor.
Para o médico, o momento exige um governo forte. Ele acredita que mudanças ocorrerão no mundo com a pandemia de coronavírus e ele acredita que não serão as empresas as propulsoras do desenvolvimento.
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”O estado vai voltar a ter um papel muito grande, porque nessas horas é o governo que atua. Se dependessemos das grandes empresas nesse momento, todos nós iríamos morrer. ”
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O médico então faz uma dura crítica a Bolsonaro diante da crise do coronavírus:
“Se seguíssemos o que Bolsonaro sugere, surgiria um pico incontrolável, irreversível, e as pessoas morreriam nas calçadas. Ele entende que esse é um preço que a sociedade tem que pagar para salvar a estrutura empresarial. Há pessoas no governo que estão flertando com as trevas, com a morte, com tudo o que há de ruim”.
Bolsonaro já disse que o coronavírus era uma “gripezinha” e uma “fantasia”.