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O que esperar após Trump ter matado General Iraniano

Por Igor Santos *

O que aconteceu no aeroporto de Bagdá foi muito grave. O assassinato do oficial persa perpetrado pelo exército estadunidense foi uma resposta a morte de um mercenário estadunidense. O que aconteceu no aeroporto de Bagdá foi um ato terrorista cometido pelo exército regular dos EUA.




Vou situar um pouco quem chegou até nesse post: quando a máquina bélica oficial estadunidense ocupa um país em conjunto também vem; vendedores de armas para grupos locais e mercenários.

Ocorre que a guarda da revolução (uma espécie de guarda pretoriana dos Aiatolás) executou um desses mercenários que tudo indica cruzou a fronteira iraniana para vender armas ou executar algum líder local.




Pausa no texto para explicar o que é o Estado “Islâmico”:

Estado Islâmico é o nome do resultado da confusão tribal e religiosa que se tornou o Oriente médio depois da ocupação estadunidense no Iraque e a tão aplaudida primavera árabe no norte da África e península arábica.

A matriz religiosa do ISIS é o islamismo sunita, mas propriamente um subgrupo os salafitas que pregam o retorno do grande Califado, uma confederação de tribos que iria da penisula arábica, passando pelo norte da África e chegando até a península Ibérica, tudo isso debaixo do conjunto de leis chamado Sharia.

Importante lembrar que os EUA financiaram, armaram e treinaram boa parte desses grupos para desestabilizar o governo Sírio da Família Assad, com treinamento e emprego de mercenários a partir do Iraque ocupado.

Mas qual a razão de falar disso?

Ora, a chamada primavera árabe não chegou até o Irã, primeiro pelo tipo de islã que lá é majoritário, o xiismo, segundo pelo Irã não ser um país árabe e sim persa, terceiro pelo Irã ter eleições livres, apesar da forte influência dos Aiatolás na vida cotidiana e política da República Islâmica do Irã.

Não é de hoje que os EUA veem no Irã um caroço no angu, sendo o terceiro maior produtor de petroleo da região, o Estado nacional com a maior faixa territorial da golfo persio e seu alinhamento diplomático, econômico e político com Rússia, China e Índia.




Não creio que haverá uma guerra direta entre Irã e EUA, isso envolveria diretamente a Rússia, tanto pela parceria Rússia/Irã quanto pelo fato do Irã fazer fronteira com a Rússia. O mais provável, e aqui to no campo da hipótese, é que Irã e EUA usarão um terceiro campo – quando dois países usam um país já em conflito para guerrear, como aconteceu na Guerra da Coreia e na Guerra do Vietnã. O Iêmen tem uma população em quase 50/50 sunitas e xiitas, com um governo sunita financiado pelos EUA eca Arábia Saudita, minha aposta é que usarão o Iêmen como terceiro campo.

Se preparem que o preço do petróleo vai as alturas esse ano!

 

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